quarta-feira, novembro 29, 2006
O Regresso da Verdade morta viva morta da morta morta viva verdade sobre Camarate
Está à vista de todos, está e esteve, que se a campanha "Se conduzir não beba" tivesse sido lançada mais cedo e com um mote mais aéreo, toda a tragédia que lançou essa cidadelha para as luzes da ribalta política teria sido evitada.
De Mário de Sá Carneiro, poeta ilustre, de infância discorrida sobre a ilustradíssima Camarate :
Alcool
Guilhotinas, pelouros e castelos
Resvalam longemente em procissão;
Volteiam-me crepúsculos amarelos,
Mordidos, doentios de roxidão.
Batem asas de auréola aos meus ouvidos,
Grifam-me sons de cor e de perfumes,
Ferem-me os olhos turbilhões de gumes,
Desce-me a alma, sangram-me os sentidos.
Respiro-me no ar que ao longe vem,
Da luz que me ilumina participo;
Quero reunir-me, e todo me dissipo -
Luto, estrebucho... Em vão! Silvo p'ra além...
Corro em volta de mim sem me encontrar...
Tudo oscila e se abate como espuma...
Um disco de oiro surge a voltear...
Fecho os meus olhos com pavor da bruma...
Que droga foi a que me inoculei?
Ópio de inferno em vez de paraíso?...
Que sortilégio a mim próprio lancei?
Como é que em dor genial eu me eterizo?
Nem ópio nem morfína. O que me ardeu,
Foi álcool mais raro e penetrante:
É só de mim que ando delirante -
Manhã tão forte que me anoiteceu.
P.S. - Mais vale um carneiro na mão do que dois a voar.
terça-feira, novembro 28, 2006
Retracto de um furo feito sob pressão
segunda-feira, novembro 27, 2006
A profissão de Presidente tem destas coisas
Morreu o Mário Cesariny, laica paz à sua grande alma. Ou, em vez da angelical paz, tumulto do bom e do bonito, como suspeitamos que preferiria. O nosso Presidente é que, notoriamente, não dá uma prá caixa quando lhe caem no colo estes cadáveres esquisitos como o caraças. Confrangedoras palavras, como sempre... "Habituem-se", dizia o outro. Em dez anos, vai morrer muita gente desse calibre a exigir comentário. Mas talvez sejam casos mais fáceis para os assessores, que já não terão de correr à FNAC à procura da colecção de dvd's de Mario Cesarini, secção de importação.
segunda-feira, novembro 20, 2006
Retrato assustador de um demónio de segunda classe
My name is Gas, Natural Gas
Independentistas Tchetchenos - guerrilheiros - terroristas - Federação Russa - captura - tortura - assassínio - rumores - investigação - jornalista - Anna Politkovskaia - morta - consternação - investigação - envenenamento - do investigador - Aleksander Litvinenko. O novo filme do James Bond é sobre quê? Casinos?
domingo, novembro 19, 2006
sexta-feira, novembro 17, 2006
Retrato a 17 à hora
H. P. Lovecraft
Demónios com figura e músculo humanos e mulheres nuas de pele e carne de Deusa foi coisa que nunca se descortinou nos contos e novelas do Howard Phillips Lovecraft. Lá nas palavras, é tudo mais desumano, podre, horrivelmente descarnado. Mas as edições russas são assim... Sexy, falsas, romanticas e heróicas, falsas e sexy. Quem diria? E quem não diria?
quinta-feira, novembro 16, 2006
quarta-feira, novembro 15, 2006
Aniversário de mais um post-ista
Foi no dia treze do onze, do nosso alergiaoregime. Já te demos os abraços, não todos, já fizemos os brindes, não todos, mas há uma tradição a manter aqui no condo, que é a de manter as pessoas informadas das datas importantes. Portanto, um grande abraço blogosférico, e muitos parabéns. E que bem calhou estares cá no norte no teu aniberçário para uma reuniom que ainda por cima correu bem... Deu para um belo encontro.
terça-feira, novembro 14, 2006
segunda-feira, novembro 13, 2006
sexta-feira, novembro 10, 2006
Retrato de Mercúrio ao Sol
Continuado a saga astrológica aqui fica o desenfreado desejo bronzeador de um planeta submetendo-se à radiaçao solar sem uso de qualquer unto protector. Estará a preparar-se para fazer olhinhos à Terra? Olha que ela é nossa, pá!!. Será que Vénus os prefere vermelhos acastanhados? Será que esta ignora Mercurio esperando ardentemente a frieza da alva tonalidade dérmica de Plutão ainda a braços com o grande dilema existencial de ser ou não despromovido a berlinde?
Sai da frente pá!! Espremam mas é esse ponto negro que a malta precisa da luz para por a render a estação solar do Alentejo que ainda será nosso se os espanhois não continuarem a chegar lá primeiro.
E, quanto a sóis esquisitos, estamos conversados
quinta-feira, novembro 09, 2006
About the sun: new shit has come to light, man...
Um sistema solar binário chamado 2 Pegasi foi palco de uma horrenda e ameaçadora tempestade solar que, segundo os entendidos e os astrónomos, "se ocorresse no nosso Sol (nome científico), eliminaria toda a vida na Terra, e também no mar". O G. W. Bush já pondera mandar homens para o Sol, matando assim o vanguardista programa da Nasa de pôr o Homem na Lua. Tudo a bem da segurança nacional dos U. S. and A., "e desculpem-me os selenitas, mas vão ter de esperar mais um coche." Ponto. Talvez voltemos à antiga polka das mitologias, das astrologias e demais magias e se discuta quem é "solar" e quem é "lunar", e quem for solar está lixado. O que temos é de prevenir eventuais ataques, e já estamos a trabalhar na definição do que é verdadeiramente o "Eixo do Escaldão". Stay pure.
quarta-feira, novembro 08, 2006
Decidi imitar o "Abrupto"...
...e fazer uma coisa tipo "Retratos do trabalho em...", "retratos do lazer em...", "retratos da indigência em...", "retratos da preguiça em...", "retratos da vida urbana em...". Por favor, cambada com câmaras digitais, vá lá, digitem à bontadinha, contribuam, colaborem. Um blog é de borla e o único esforço que exige é o da manutençom...
Muito cigarro queimado
À espera dos resultados das eleições para o Congresso nos U.S. of A. Simples curiosidade, que nós não votamos. Mas ansiamos por clarividência. É que um Congresso novo pode fazer maravilhas por um povo tão habituado a ser respeitado que já deve ter saudades disso mesmo, respeito. Já estarão fartos da exploração do medo? Se sim, comemoro. Outrora, era com champanhe. Agora, o fruto proibido é outro: um cigarro.
Ouvir o Sol?
http://www.heliotown.com/Radio_Sun_Introduction.html. Bonito para alguns, noise aparentado ao japonês para outros, você djicidji. Mas o Sol soa, e é assim que soa e nos faz suar. Eu cá acho maravilhoso, vão lá ver e ouvir. "Solar flares", "solar tempests" e demais manifestações, há sempre maneira de captar o verdadeiro som da luz e do calor. E, pelo barulhão, o nosso Sol é personagem de respeito... Emocionante. O Sol em mp3... Nunca houve gerações tão mimadas como a nossa e as próximas.
terça-feira, novembro 07, 2006
Saddam vai à forca
Quem raio é que pode rejubilar, hoje em dia e hoje em século, com uma pena de morte aplicada a um ex-ditador por um tribunal tão ridículo? O Saddam-aso, já se sabe, é e era uma bestinha. Mas vejam estas perolazinhas (negras, muito negras...) do editorial do José Manuel Fernandes, um gajo importante, afinal (ainda) é o director do Público, o jornal oficial da nossa mesa no Piolho. O título já diz quase tudo: "Apesar de tudo...":
"O simples facto do (sic - "de o", alguém ensine o director do jornal a escrever) ditador ter tido direito a um julgamento no seu país (sempre melhor do que num tribunal internacional) e que foi amplamente publicitado é em si mesmo uma evolução muito positiva por comparação com o seu regime (beneficiou de direitos que negou aos milhares de cuja morte é responsável)". Nem apetece comentar, mas só uma perguntinha ou duas: os tribunais internacionais estão tão mal frequentados que são sempre piores que aquela rasquice que estivemos sempre a ver na TV, com aquele jogo do expulsa e do insulta? O Fernandes, com este discurso, parece um daqueles familiares de vítimas que só querem justiça. "Apanhou 20 anos? Devia era ser empalado num ferro em brasa!". Ó Fernandes, tendes ADN babilónico?
Pérola (negríssima): "Mais: decorreu em melhores condições do que decorrem os julgamentos na maioria dos países daquela região do Mundo". Alguém falou em jaulas?... E, ó Fernandes, não queiras dar uma simpaticazinha imagem de universalista cheio de respeito e reverência pela condição humana e pelas maravilhas de que ela é capaz. A gente boa escreve "mundo" com minúsculas. Os paranóicos e megalómanos é que maiusculam. Quando chegam onde querem, musculam.
E os Ministros do Turismo "daquela região do mundo" não gostaram nada. Mesmo não tendo lido.
Pérola: "E mesmo tendo uma carga política, esta não foi maior nem menor do que a dos julgamentos de Nuremberga ou, mais recentemente, de Milosevic". Já reconhecendo que há uma carga política (que já ninguém se dá ao trabalho de apontar, mas o Fernandes lá terá um esqueleto qualquer no armário que o obriga a desobrigar-se), como qualquer académico que se preze, recorre aos clássicos. Nuremberga é um clássico. Mas esta prosa é um nojo e Nuremberga não se trata assim.
Pérola: "Houve muitas fragilidades no processo (três advogados de defesa foram assassinados e o juiz-presidente é o terceiro encarregue do julgamento, isto depois de um dos seus antecessores ter dito a Saddam-aso que ele não era um ditador...)". Eu pensei que fragilidades no processo eram, sei lá, dificuldade na produção de prova, testemunhos frágeis, litigância de má-fé, reserva mental vulgo mentira, mas não. É o assassinato em série. Fragiliza bastante, nisso dou-lhe razão.
Tais fragilidades são grandes, e é digna de registo a intuição de que "em Portugal, onde aos réus são dadas todas as garantias de defesa, o julgamento seria porventura anulado (para além de que ainda duraria)". Aqui, e para poupar tempo e espaço, o que o Fernandes quer dizer é que, dado o princípio da não retroactividade da nossa lei, especialmente a penal, o Sadda-maso ia direitinho para casa conviver com Satã da maneira que vimos no South Park. E nem sequer temos prisão perpétua para afastar esta gente das nossas crianças, idosos e demais demónios. "Não existe no nosso Código Penal"...
"Por fim, todos os que criticam a pena de morte (por enforcamento ou por qualquer outro método, é indiferente) não podem ficar satisfeitos quando assistem a uma e é sua obrigação reafirmarem a sua posição de princípio. Convém contudo perceber que aplicar ou não a pena capital será um dos menores problemas do Iraque e que boa parte dos países da União Europeia a mantiveram para situações de guerra até à década de 1990, sendo que a Grécia só a aboliu para todos os crimes em 2004". Deixa a UE fora disto, Fernandes!
"Pacificar o Iraque (...) deve preocupar-nos muito mais do que a pena de morte, abolida em 2003, ter sido reintroduzida em 2004 por decisão maioritária da Assembleia maioritariamente eleita". Quem fala assim só pode estar desesperado ou com garantia de que o seu lugar é vitalício.
Homenzinho de merda.
segunda-feira, novembro 06, 2006
Porto que encalhas no Rio
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