Pelo 3º Sábado consecutivo, a Árvore cumpriu.
Acabou com a desertificação da baixa. Aquilo já não é um deserto, é uma selva.
Uma colónia de macacos e macacas cheios de macaquinhos a espreitar pelos vidros embaciados dos popós a gasolina cara.
Vistos de cima, devem parecer formigas. Vistos à lupa, são chefes de família portugueses, ou melhor, portuenses encalhados no trânsito que criaram e amaldiçoam com valentes caralhadas à frente da canalhada.
A des-desertificação da Baixa é isto: dia-lufa-lufa, crepúsculo-suspense, "lights on" - uau que é bonito!, está visto por esta semana, toca a andar pró estrugido, La Féria um dia destes quando pudermos, "'bora quinda nos assaltam, deixa-me travar as portas, estamos na Baixa", um deserto de ruas desertas cheias de casas... desertas e gajos magrinhos e mulheres magríssimas, e "adeus até ao nosso regresso com o puto a querer ir para o carro chonar no quentinho, isso queria ele, há-de habituar-se à Baixa fria enquanto eu e a OPEP quisermos e houver Árvore. Há-de saber o que é e como funciona uma árvore, porra! Nem que tenha de o levar a Serralves ver uma data de pinturas de árvores". "Pai, leva-me antes ao parque!"...
Claro que este micro-filme só é visível do lá-longe dos aparelhos do Google Earth, porque não há gente a rir, ou a lamentar, ou sequer a olhar indiferente e baça nas varandas e nas janelas e nas águas-furtadas da Baixa. Se houver, estão a olhar para cima, numa espécie de súplica. Não dão graças.
P.S. a foto (telemóvel) da Avenida dos Aliados é um fantasma de um Natal passado. Este está a ser muito melhor, luz, tridimensionalidade, luz, Árvore, os "Castros" de Espinho.
3 comentários:
So quando perceberem que as sombras e as memórias não pagam IMI é que se vão lembrar de fazer alguma coisa, talvez uma segunda árvore em frente ao palácio das cardosas em diálogo mudo com as abéculas plantadas na CMP.
mas pelo menos na pascoa os portuenses podem dizer que tem a maior cruz da europa.
Cruz carrega-se o ano todo, e vem em pacotes de 4.
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