sábado, setembro 30, 2006

Sign'o' the times

Só para continuar o trabalho de levantamento das dificuldades e calvários que a nossa religião preferida atravessa, iniciado pelo saudoso axiomshell.

Concordia Discors: Codigo do Bom Pastor


Excepto nesta situacao:

Codigo do bom Pastor


Nunca conduzir o rebanho pela esquerda.

sexta-feira, setembro 29, 2006

Agitar, não mexer e deixar repousar


Embebido em meio líquido por uma mão meia cheia de semanas dou-me conta da leveza que o alheamento pode propiciar.

quarta-feira, setembro 27, 2006

In every dream home a heartache*

Decorre por estes dias em Capetown, África do Sul, o Campeonato Mundial de Futebol dos Sem-Abrigo. Não é piada.
A selecção portuguesa protestou contra as condições dadas aos atletas e instalou-se num hotel. Não é piada.
Não foi a única, e também não é piada.
As condições dadas aos atletas, é verdade e não tem piada, eram ridículas.
O Eusébio foi, mais uma vez, dar a cara. Ele tem piada.
Nunca se ouviu falar do Mundial dos Sem-Abrigo. Não se descortina a utilidade de tal coisa. O que acontece aos campeões? Oferecem-se casas? E aos outros? Prémios de jogo? E são tributados? Os Figos e Decos e Cristianos é que estão habituados a mendigar isenções fiscais, os desgraçados. Estes pobres recebem os prémios e não bufam. Ou será que não recebem? Voltam e ficam à espera de serem seleccionados outra vez, daqui a 4 anos, mas só se ainda estiverem a dormir ao relento? Aí está uma boa razão para não haver premiados, para manter o nível da competição. Francamente, não tem piada.
Quem paga, mesmo que parcialmente, esta merda?
O Obikwelu a treinar em Madrid por falta de recursos e instalações? Só pode ser piada.
* Título da posta emprestado pelos Roxy Music.

segunda-feira, setembro 25, 2006

A pedido de famílias numerosas


Recomeçou o vendaval do aborto. As posições de força, as posições de fórceps, as posições racionais, as de coração aberto, as de ventre aberto, as do coração que sangra, as piedosas, as apocalípticas da cave da vizinha da prima em 2º grau, as adolescências perdidas e dissolutas a que a gravidez e o parto deram um sentido, um caminho (e, por falar em caminhos, há dias em que todos vão dar a Badajoz), a abundância de recursos e o que por aí mais abunda, que é a escassez deles. Recomeçou o festival. Que irá terminar em mais um domingo em que as cidades e as serras terão algo muito mais apelativo para os seus eleitores do que graves e grandes decisões.
As numerosas famílias numerosas que temos por cá já começaram a limpar espingardas. Porque o actual Ministro da Saúde, que ninguém ignora que é chanfrado, já disse que vai fazer campanha a favor do "sim". Vai daí, os numerosos dizem que tem de ser remodelado, porque "enquanto o Primeiro-Ministro está profundamente preocupado com a baixa natalidade em Portugal, o Ministro da Saúde está preocupado com o baixo número de abortos". "É um ministro que não está em sintonia com o seu Governo e tem, por isso, de ser substituído". Ora, assim sim. Quem fala assim não é gago, ou, como diziam mais coisa menos coisa uns memoráveis cartazes afixados há uns meses no Porto, "quem fala assim é porque não foi abortado"! Permito-me um apartezinho venenoso: de certeza que estas famílias de incontáveis se fartaram de dizer alarvidades sobre um futuro Primeiro-Ministro que nunca iria contribuir para o aumento da natalidade em Portugal...
Preparemo-nos para uma versão sofisticadazinha, se tudo correr bem, do "não aspirem o Zezinho". E, quando a coisa for a doer, ver os do costume, o PP Partido Popular, o PP Portas das Patilhas, o PP Padre da Paróquia, a trabalhar, a ensinar, sempre a indicar o caminho da salvação. Que do outro lado estarão as outras, muito donas das suas barrigas, já não tanto dos seus narizes, que esses pertencem a outras colectividades e comités.

sábado, setembro 16, 2006

Vamos passar o tempo


Claro, tenho ido ao cinema e já tenho visto o cartaz do novo filme do Oliver Stone, "World Trade Center", sei do que se trata quando vejo esta imagem no site do Público. Claro, passaram cinco anos, uma pessoa já não se choca por dá cá aquela palha, se até já Hollywood lida com a coisa, the show must go on e tal, se até não faltam historiadores que garantam que o 9/11 (tão parecido com 911, o número americano para emergências) não vai ser mais que uma nota de rodapé na História... Mas o pessoal do Público online podia ter reparado que causa uma certa estranheza ver, ao lado de uma imagem das torres a arder, uma outra que diz "passatempo World Trade Center". Se concorrer, o que me habilito a ganhar? E se eu não soubesse que é o cartaz de um filme? Oh que carago, meus senhores...

terça-feira, setembro 12, 2006

Todos gostamos de livros, né?

Adoramos livros e os seus autores, editores, revisores, tradutores, impressores, vendedores, compradores, consumidores, leitores, claro que sim. E adoramos escritores premiados, e quem se lembrou de instituir prémios a autores escritores etcetera. E nós, caçadores e recolectores de escritores, agradecemos a quem não se cansa de os premiar. O ultimo galardão luso-brasileiro inventado esta semana (talvez o 4º) é o "Prémio Literário António José da Silva". Difícil de esquecer, não é? Gostavam de escrever um livrito e depois ter uma badana com a referência "candidato ao prémio António José da Silva 2006"? Ou, mais venenosamente, gostavam de ter uma badana?

sexta-feira, setembro 08, 2006

É curioso

Muitas e graves coisas poderá significar esta particular junção, num restaurante de Faro recheadinho de bandeiras.

terça-feira, setembro 05, 2006

Retroactivos 1






Capítulo "Coisas boas que aconteceram com gente de testemunha e não se fez devido eco devido a vá-se lá saber":
Vilar de Mouros Dois Mil e Seizzz.
Primeiro concerto do dia dois (ainda não tinha chegado toda a representação do condomínio): Dead Combo, fig. 1, a prova que talvez a alguns faltava de que há música nova a nascer por cá, ai que há ah, e é boa, e fala americano/fadista/fantasmático. Assumo-me fã desde aquele momento epifânico, sei as letras todas, até dos instrumentais. Segundo concerto, ainda na Tenda dos Segundos e Fresquinhos (agora, já estávamos todos), The Durutti Column (fig. 2), o senhor "LSD com receita médica para não colapsar", Vini Reilly, e o baterista incontrolável. Uma confusão de efeitos de guitarra com que ninguém se entendia e um ou dois clássicos tirados a ferros. Que saudades do tempo em que tocavam no Coliseu com silêncio na plateia e bom senso no palco. Pausa para morder (papinha...) e ser mordido (mosquitos...). Matraquilhos (fig. 3). Equipas de sonho. Eternos vencedores e vencidas. The Datsuns berravam, mas ninguém queria saber do palco principal. Táxi, os do Porto: quando ligaram o contador, ficámos atentos. Quando acabaram, fizemos contas, ninguém ficou a dever. Salta o Iggy (fig. 4), mais Rock que Pop, para o palco, e inventa aí um Apocalypso. Parece telecomandar o pó e os músculos e o público, foi Nero e improvisou um incêndio das almas dos fãs que chamou para o palco. Pediu para actuar antes do Tricky (fig. 5), mas não devia. Viva Tricky, que conheceu as garras da iguana e murchou... Mas não muito, e foi bom de qualquer forma ("Aftermath", "Black Steel"?!) e isto já é conversa e desculpa de fã.
O "Retroactivos 2" estará cheio, mas não farto, de burros.