quarta-feira, setembro 10, 2008

Porra...



Mais umas palavrinhas de púlpito, que agora morreu o Zazou.
Ainda há uns quinze dias se falou do Hector Zazou à mesa.
Dizia alguém que o Zazou quase sempre se ficou aquém do golpe de asa, aquele atrevimento final que o levaria ao divino ou lhe queimaria as asas.
É verdade que o vi no Cinema do Terço naquilo que parecia a sesta depois de um almoço zen, mas a grande culpa foi do gajo da 1ª parte, o Harold Budd, o tipo com quem os Cocteau Twins só aceitaram gravar um disco desde que fosse por correspondência...
Para mim, o Zazou chegou perto do Sol sem perder as penas. Aquele "Sahara Blue" de 1992... À volta do Zazou e da poesia do Rimbaud, sentaram-se o David Sylvian, o John Cale, o Sakamoto, o Khaled e uma data de gente de que nunca tinha ouvido falar e que encheu muita gente de deserto. Desde 1992 que ouço aquilo de olhos arregalados, mesmo que fechados.
A seguir, o homem rumou à Islândia, e juntou à volta de uma fogueira diferente (mas igual àquela que tinha acendido na Mauritânia) a Björk, a Laurie Anderson, a Siouxsie, as Värttinä, o John Cale como sempre, a Suzanne Vega, e discorreram sobre o frio. E bem. Que belo maestro, o Zazou.
Dizia eu lá atrás que alguém, à mesa, disse que o Hector Zazou sempre ficou para cá de... e logo se falou do "Chansons Des Mers Froides" e principalmente se gritou "Sahara Blue", e logo alguém respondeu 'pois, é verdade'.

durtal obituarista

2 comentários:

jonesy disse...

E que grande disco é esse, Chansons Des Mers Froides. Muito bonito. Muito triste, mais uma partida. Bonito, triste, alegorias da vida.

Anónimo disse...

dâsse!