Secção: Arte en mi barrio
Já que estou numa de cinema, digo aqui o que vi nos últimos tempos e que tenho uma certa necessidade de partilhar:
Brockeback Mountain: majestoso, lindo lindo de morrer. Um amor belo, forte, assim como asfixiante, proibido. Uma contenção difícil de digerir, muito difícil mesmo. A solidão forçada, a perda indesejada mas consentida. Um sentimento de culpa que nos agride. Um filme de ver e chorar. Para mim, a melhor colheita do ano.
Truman Capote: enorme Philip Seymour Hoffman, é caso para se dizer: rai´s partam o homem! O filme vive muito dele, sendo o filme em si "apenas" bom. Os maneirismos estão todos lá, os tiques, a vaidade, um ego do tamanho do mundo, se calhar dos maiores que já houve em literatura - ao ponto de consumir um ser, seu semelhante, que cometeu um crime horrendo. A crueldade está lá, porque existe.
Crash: ora aqui está a surpresa da saison, o oscarizado deste ano. É uma espécie de Magnólia (Paul Thomas Andersson) numa vertente (ainda) mais dura, mais cruel, mas real, porque a crueldade... Racismo, egoísmo, egotismo, despotismo... Sismo, cataclismo... Qual a origem do pesadelo? Onde começa a culpa? Julgar torna-se complicado.
Match Point: espantoso, muito bom mesmo, é qualquer coisa. Ambição e crime, sofrimento e castigo, no limite das guerras de consciência. Inspirado no Crime e Castigo, de Dostoievski, um romance magnífico, de devorar e chorar por mais, assim é esta sucessão de personagens very british, very cool&cold heart.
Cinderella Man: bem, não chorei com o Brockeback, mas com este até gaguejava... Está bem esgalhado, e o actor secundário - candidato a óscar -, um tal de Joey, no filme, está em grande. De um humanismo tremendo. Vê-se bem.
Hasta la vista, baby.
Sem comentários:
Enviar um comentário