segunda-feira, julho 17, 2006

A volta a Matosinhos em 80 dias


Alteração do serviço comercial do metropolitano do Porto por motivo de melhoramento do serviço comercial do metropolitano do Porto, para um maior conforto dos utentes do serviço comercial do metropolitano do Porto.
00.30: parecia uma noite como as outras... Dirijo-me à estação de metro Carolina Michaëlis.
00.32: a composição de metro que chega logo a seguir vai "ter o seu término" na estação seguinte, Casa da Música.
00.33: uma estimada cliente grita a um funcionário que ninguém a avisou de nada, o odiado funcionário diz que todos os jornais avisaram, ela responde que não é obrigada a ler jornais. Pelos vistos, nem os de borla. Ninguém a avisou de nada. A TVI já pediu desculpa por não a ter avisado de nada.
00.33 1/5: término: Casa da Música. Quero seguir, se possível até Matosinhos, para daí ir num pacífico autocarro até casa. Temos de mudar de cais. Vamos começar a circular pela esquerda. O metro segue só até à estação de Sete Bicas, 4 paragens de distância, já começo a ficar preocupado. Cada vez mais pessoas não foram avisadas de nada.
00.40: nas Sete Bicas, passado o esplendor de Francos, Ramalde e Viso by night, toca a sair para o transporte alternativo. Os estimados clientes passam-se. O transporte alternativo demorou, e não era um Falcon da Força Aérea. Era um autocarro tipo carreira, com uma motorista tipo rapariga nova, com uma temperatura tipo infernal, que levava muita gente tipo animais. A rapariga ao volante estava aterrorizada com as reacções das boas gentes, mas nada se comparava à surpresa e medo que estava a sentir uma miudinha de uns 3 anos que assistiu ao primeiro rascunho de revolução da sua vida.
00. cinquenta e tal: o autocarro tipo arca de Noé já deixou na estação da Senhora da Hora todo o pessoal com malas que queria seguir para o aeroporto, para a Póvoa, mas isso agora não interessa nada, isso é outra epopeia. Vamos seguir, no autocarro tipo apocalipse, para a estação de metro Vasco da Gama. Adequado, esse gajo era perito em chegar a destinos difíceis.
01. e pouco: deixámos o transporte alternativo cheio de calor humano e de O Som e a Fúria, entramos no transporte mainstream: uma composição da Metro do Porto. Dizem-nos que vamos arrancar às 00.24, e acreditamos. As portas abrem-se e fecham-se quando quisermos até essa hora mágica. Exactamente a essa hora, uma estimável cliente bloqueia uma das portas com o pé porque ainda queria dar mais umas passas no cigarro lá fora.
01.30: já que estamos atrasados e aquela chienne qui fume ainda conseguiu estragar mais os planos, vamos esperar pelos gajos que vêm no último transporte alternativo e levamo-los. Os dois humanistas que frequentam o metro a esta hora concordaram.
01.40: os gajos que vêm no último transporte alternativo afinal são só um. Arrancamos.
01.50 e qualquer coisa: eu bem queria ir para casa movido a hidrogénio da STCP, mas tinha de esperar uma horita. Decido ir de táxi, dizem-me que há uma praça de táxis à beira da Câmara de Matosinhos e eu saio.
02.30 y tal: home sweet home e Matosinhos só tem um táxi, olé!

4 comentários:

alergiaoregime disse...

Gostei muito da tua odisseia, ò vizinho do Esq.

São momentos como estes que nunca esquecemos.

Temos que fazer uma carta de reclamação ao Presidente da Câmara para melhorar os transportes ao nosso condomínio de luxo!!!

faitdivers disse...

Tens de experimentar uma voltinha na carreira 50 que vai para o Caabo do Mundo...

jonesy disse...

Melhoramento do serviço comercial do metropolitano do Porto - cliente sofre, né?
Belo relato, grande secanço, um abraçom solidário.

jonesy disse...

Se me permites, apenas pelo gozo, que afinal já é sim-de-femana e a malta precisa do contrário de contrair, dizia eu, se me permites uma provocação(zinha)... Já ouviste falar em carta de condução?

A todos os qua realiziram e produzaram este poorgrama,
um bom sim-de-femana.