domingo, julho 05, 2009

Eu já dei muitos milhares de euros ao José Manuel Fernandes (e sinto que a minha mama está a secar)...



...quando o Público, que foi o meu diário desde que apareceu em plena (e me explicou o que era a) Guerra dos Balcãs, apodrece, apodrece, apodrece.. Sabia que era 'o' diário de referência antes que um Pacheco Pereira qualquer me viesse dizer que tudo o que eu sei está errado. Tolerei editoriais que insultavam mais do que a minha pouquinha ideologia: insultavam a minha pouca inteligência. Cheguei a pendurar no Piolho (sim, assumo) montagens, colagens, manipulações de primeiras páginas do Público. Tivemos, vários condóminos, o prazer de conhecer uma excelente meia dúzia de pessoas que estavam lá desde os tempos do fundador Vicente Jorge Silva. Expulsos, alguns, como se fossem uns palermas. Gozamos por concordar, entre gargalhadas, que, pelo menos no dia em que sai o 'Inimigo Público', o resto do jornal é apenas um suplemento. O 'ípsilon' é fixe, mas porque é que deixou de ser 'Y'? E, cá entre nós, porque é que tanta gente boa saiu, indecentemente corrida dali para fora, e ficou tanto estagiário bom como o milho? Incompetente como o raio?
'Tarefeiros' é cliché um pouco cruel. Mas, e 'carneiros'? O José Manuel Fernandes tem um poderzinho hipnótico, mas seguramente não é eterno. Aliás, parece que é esquecível, e muito. E odiado por todos os lados, uma ilhota, uma Micronésia antipática santacombadona... imagem garantida por muitos, aliás, pelo que ouço, todos os que o conhecem. Desse nunca rezará, e há unanimidade nisto, a História. Já as histórias...
Dá vontade de contar (já que este é um blog[ue] muito pouco lido onde seguramente a inconfidência não faz estragos) as nojeiras do jornal de referência cá do prédio, só para nos entretermos no elevador quando encrava. É tudo tão sujo e mau que chega a ser 'kinky'.
Bem, tudo isto para apresentar o inenarrável Carlos Dias que escreve isto, uma jóia que começa na ironia absolutamente primária do título e acaba na inanidade e irrelevância do texto.
Não se censura, não se estranha. Já se sabe que, por estes dias, há gente no Público que espera dar o grande salto para o Correio da Manhã. Já aconteceu, é só ter memória.

3 comentários:

Anónimo disse...

mas em portugal que alternativas ha'? quase todos escolhemos o publico por demerito de tudo o resto

film-m k disse...

pois, não há grandes alternativas.

mas o maior golpe (nos meus interesses, claro) foi a junção do Mil folhas com o Y - é certo que essa junção aproximou a imagem do suplemento à do jornal - mas a isso mesmo: a uma 'imagem' - mainstream e fraquinha... fraquinha...

durtal disse...

Concordo. Com os dois.
Anónimo, mas pouco: não há de facto uma alternativa, claro. Continuamos a gostar de jornais em papel e o 'P' ainda (ainda...) é o nosso, com muito desgosto diário à mistura.
Film-m k, tens uma imensa razão. Triste fim, o do Mil Folhas. Mas aquilo sempre foi um suplemento a prazo. O Público não tinha um arcaboiço de The Times para sustentar um 'literary supplement', nem sequer à nossa escala. Que leitores, tanto do suplemento como dos próprios livros? (constatação triste...)
Apesar de tudo, acho que aquela coisa do tal coiso Dias, para a qual 'linkei', não saiu na edição impressa. Aí sim, se saísse havia motim no quiosque. Ou ali na Rua João de Barros, com paragem na Padaria Ribeiro 2.
Lembro-me que na vaga de despedimentos de 2006, 2007 saiu gente suficientemente excelente para criar um bom jornal online. E pensaram nisso a sério.
Mas depois pararam de pensar, 'the fuckers'...