quinta-feira, novembro 20, 2008
Hoje, um pequeníssimo texto no 'Público'
A Inglaterra, oh grande britânia, phleugmática como sempre, está precisada de um Auschwitz para as criancinhas.
Pelos vistos, e segundo um estudo nada disparatado e bastante científico, os ingleses sentem-se ameaçados pela omnipresença das criaturinhas, chamam-lhes "animais", acham que as ruas estão "infestadas" de crianços, que se comportam como "selvagens", enfim, são "demasiados" e poluem, berram, batem e não ficam lá em casa a ajudar a avozinha britânica de 97 anos a cagar no sítio certo.
Ora, quem me conhece realmente bem sabe que não sou nenhuma Laurinda Alves, nem um Eduardo Sá. Tenho duas sobrinhas que adoro e a quem me apetece, volta e meia, dar uma grande tareia. Não me enterneço com um bebé qualquer, nem acho que uma grávida é a coisa mailinda do mundo. Adoro o bicho-bebé, mas não tenho jeito para pegar nele nos primeiros dias e meses.
Mas, há pouco tempo, fiz uma cócega pequenina no pescocito de um pequerrucho, e ele respondeu-me com um sorriso tão dengoso e tão aberto e um jeito de responder à festinha tão sobrenatural, que me fez desabar.
ó Ingleses, não nos obriguem a escolher entre Crianças e Ingleses.
Porque, se sim, se nos obrigam a isso, lá se vão as Ilhas, pum, ou antes, Bang.
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