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Digo que isto parece um país de tuberculosos, este em que basta um gajo ser apanhado por uma equipa de televisão a pedir que recite os desejos para o novo ano e imediatamente diz "o que é preciso é saúde". Só isso, mais nada? Foda-se, parece que ninguém a tem, essa tal saúde, é preciso procurá-la com lanternas. Doentes doentios, obcecados com as taxas moderadoras. O nome técnico é "pacientes", mas nunca o serão, mais vale chamá-los doentes.
Putos, mais novos que qualquer um de nós (condóminos velhadas e fumadores doentios), arreganham as tachas e dizem que esperam muita "saúde" do ano que aí chega a correr, tão rápido como a melhor ambulância do INEM. "Saúde", o expoente, a imagem mais acabada daquilo que não depende exactamente de nós. Deus nos valha e nos livre e proteja e nos guarde da falta dela...
Com a tal saúdinha um gajo aguenta tudo. Até os atropelamentos nas passadeiras, os motoristas de autocarros turísticos que vão morrer nas ribanceiras da Espanha, o come-e-cala do joguinho dos impostos em Portugal, a lei da mobilidade especial dos Armandos Varas, os anónimos pater-familias suicidas que adoram Espanha e as suas estradas, o one-man-show do nosso Primeiro no Natal e o fantástico concerto do Presidente no Ano Novo, os grandes bancos à venda em hasta pública frequentada exclusivamente por concorrentes, os patrões foleiros dos idiotas das Beiras que caem como tordos nas estradas demasiado rápidas de Espanha, mad Maddie year e a respectiva humilhação planetária, e os tais atropelamentos originalíssimos nas passadeiras.
É por estas e por outras e mais umas que nós cá sabemos que a saúde a mais é um perigo. Regra dourada para qualquer criador de Universos: ser parcimonioso na distribuição de "saúde"aos portugueses. Não sabem muito bem o que fazer com ela, embora berrem que nem uns cabritos quando lhes parece que lhes está a faltar. Não a saúde, mas a "saúdinha" que adora ir às Urgências só porque um fumador nos tossiu para cima das feridas de uma vida nas minas de urânio; e antes eram de volfrâmio.
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