quinta-feira, outubro 02, 2008

O caso FNAC.

Hoje levantou-se um pequeno banzé à volta da decisão da FNAC de acabar com o desconto de 10% sobre os livros, mantendo-se apenas para os clientes bonitos, i. e., os que têm cartão da casa.
Assim que me lembre, o livro mais caro que comprei custou 75 euros. E não foi na FNAC, portanto não fiquei com o suficiente no bolso para um jantar relativamente frugal mas simpático, por exemplo no Zé Bota.
O último livro que comprei custou 5 euros e também não na FNAC.



É verdade que, neste caso, também não fiquei com o suficiente para um simpático café.
Ou será que fiquei?
Bem, por acaso até fiquei com o suficiente para uma rodada de cafés. Isto porque não comprei na FNAC o último livro que comprei. Mas adiante, que promoções ou "campanhas" sobre determinadas colecções, bem, até a FNAC faz de vez em quando.
O que a FNAC faz bem feito? Apenas, apenas, deixar a malta folhear (não desfolhar) um livro à vontade. É óptimo, eu sei. Sei que posso consultar uma coisa de consulta, ler aquele capítulo do Woody Allen de que gosto tanto que estou sempre a emulá-lo à mesa quando se fala do Allen escritor, ler um conto ou novela por dia, ler todos os Astérix que desapareceram lá de casa, experimentar o Astérix em mirandês, actualizarmo-nos sobre a literatura gay no caso de estarmos na FNAC do Chiado, ver bons livros de fotografia, enfim, coisas óptimas que se podem fazer com livros na FNAC se se levar um banquinho de casa e se se estiver disposto a, no acto de compra, correr o risco de levar um exemplar que parece saído da Feira do Livro Manuseado.
Variedade digna, mesmo digna desse nome? Nã.
A política de encomendas? Nã.
Democraticidade dos livros, géneros, autores, editores que apresentam em destaque? Nã, nã. Toda a gente sabe que as banquinhas são espaços que se pagam muito bem.
E quanto ao desconto de 10%, pude comprovar, na altura, que ficava com bastante menos que 7,5 euros no bolso se tivesse comprado o tal livro de 75 na FNAC. Ou seja, pelo menos nesse caso, não é verdadeira a percentagem de desconto.
Não sei, não li, quais as razões da FNAC para esta mudança de política em relação (para já apenas) ao preço dos livros. Parece-me só um abocanhanço aos clientes mais que fidelizados (e que não precisam de ter cartão para serem considerados fidelizados, e desses há mesmo muitos), uma espremidela, uma política do género daqueloutras de que se tem falado todos os dias. É incomparável, mas é execrável.
Mas, também, assim que me lembre: nem o último, nem o penúltimo nem sequer o antepenúltimo comprei lá. Quanto a cd's, nem falar. Já os dvd's, bem, realmente, aí é outra coisa.

durtal

1 comentário:

Anónimo disse...

Por mais qualidades que tenha a FNAC acho dificil a entrada no mercado britanico. Mas ha planos de investimento por estes lados, a comecar por Londres. Aqui o gigante e' a HMV q tambem e' dono de livrarias "Waterstone", e ha ainda gigantes americanos como a "Borders" (q tem sempre um raio dum starbucks la dentro) e um grupo que ja pertenceu 'a Virgin mas deram o grito de Ipiranga, Zavvi. Nenhum tem a filosofia de venda conjunta em grande escala de livros, cds e dvds alem de eletrodomesticos. Mas os precos de cds e dvds sao relativamente melhores q em Portugal, e os dos livros.. nem ha comparacao.

Lembraste do fim da concorrencia na baixa do Porto. O fim sa tubitek, da roma megastore, da virgin; agora e' so' bertrand e os supermercados.Sem concorrencia que se lixem os 10%